martes, 19 de diciembre de 2006

AINDA VESTIDO

Ver escapar das pálpebras
Todo o sentido de um rio como se
Fosse possível vê-lo
Refletí-lo, estruturar e entender.

Sei de um rio mais longe, intangível,
Cheio de água e areia e pedras, é claro.
Isolado, fluindo, revolto também.
Um rio, absoluto, traçando margens e ruídos:

Ruminando, ruminando.

Unindo coisas, cavando e, quando nao, caindo.
Hoje urge o vento e
O verde céu refletido
Em um delírio fauvista.

Há causas para tudo, dizem.
E eu me resigno a ver passar
Uma mão sobre a alma,
Uma mão sobre a outra.

Buenos Aires
03/02/94

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