martes, 15 de diciembre de 2020

 FOME E SEDE

A fome não cede.
A fome e a sede.

A fome é que seda
A alma.
A fome é a seda
Da alma.
Sede que nunca cede,
Jamais se calma.

A sede é a sede
Da calma,
A que espanta.
A sede dos espantos.

Nada revela ou planta
Nada,
Nada dessa fome e dessa sede
Que fervem.

É fome que, de alguma forma,
serve.
É fome que se serve, desvela
Mas nada releva.

Não há calma que relaxe,
Nem sede que ressalte
O que o cáustico tempo
Deforma.

Nem fome que seja tempo
(E se faça espaço) e
Não se reforme.

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